Sentido da Mulher Selvagem
A mulher selvagem não sobe a montanha para saber se é alta, mas para sentir o que é ser montanha. Ela não reage,
ela age com clareza, hora mansa como um cordeiro, hora astuta como a serpente.
Senhora dos próprios sentidos, é capaz de compreender toda paisagem ao seu
redor com imparcialidade, observa, analisa e planeja suas ações. Enquanto caminha
na floresta passeia por cada um de seus 12 sentidos de olhos fechados. Não são emoções
nem sentimentos que ela observa. Não existe reação. Ela observa a ação, ação
dos sentidos, o que sente no tato, no pulsar da vida, na temperatura do
ambiente, no movimento das folhas, no equilíbrio dos passos, no cheiro da flor,
no sabor dos frutos, na clareza da visão, no som da vida, na linguagem que se
pronuncia, no pensamento que diz, no Eu além do ego.
A mulher selvagem caminha
pela floresta para conhecer, reconhecer e dominar seus sentidos. Ela não
conhece o medo, mas conhece muito bem o perigo, pois sabe que o medo é emoção,
produto do pensamento, mas o perigo não, o perigo é real. Sobretudo, ela
observa o pensamento e com astucia desmonta suas armadilhas. Seu caminhar é seu
treinamento, pois a medida que domina seus sentidos desenvolve a linguagem do
instinto. O instinto se torna mensageiro dos sentidos, aquele que chega antes
para avisar sobre o que lhe espera no próximo passo.
A mulher selvagem tem seus sentimentos e emoções muito bem trabalhados no caldeirão do coração, e não na mente. Por isso, possui total
consciência de que não são estes que conduzem seu instinto,
mas os sentidos aguçados de seu Ser atento e desperto. Ao dominar
seus sentidos, como quem domina a confiança de um animal selvagem, tem o retorno de sua eterna devoção e serviço. Não são as emoções e sentimentos que conduzem suas ações, mas sabe como colocá-los cuidadosamente em cada uma delas, pois tudo que faz tem emoção, sentido: o que faz
sentido, o que faz sentir...
Por
Grazzielle Zacaro
Mulher
medicina
Eng.
Florestal
https://youtu.be/84V2nI-U83I
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